REINO DO KONGO
O Reino do Kongo era uma abrangente região onde hoje existem a República
Democrática do Congo e Angola.
- Reino do Congo, já no século XV, tinha uma estrutura política
descentralizada, tendo como base, as chefias das aldeias.
- Fundado pela etnia dos bacongos
- O reino era formado por uma aristocracia dominante de 12 clãs, que ficavam ao redor de Banza Congo, que era sede do reino bacongo.
- A escolha de um rei era por meios “eletivos” com a participação da aristocracia representada pelos muxicongos de Banza Congo.
- O eleito precisava ser descendente do Rei.
- A forma de organização da estrutura social, dos costumes e da religião doReino, foi sendo alterada com a influência dos portugueses exercida sobre os chefes locais.
- O catolicismo rompeu com as práticas da poligamia, da sucessão ao poder a partir da linhagem matrilinear e do direito de primogenitura.
IMPÉRIO MONOMOTAPA
Monomotapa foi o nome dado para uma linhagem de reis do sudeste da
África, a partir do século XIV.
- O território monomotapa estava localizado entre os rios Zambeze e Limpopo.
Os habitantes do Império Monomotapa eram principalmente agricultores. Exploradores portugueses chegam à região no século XVI. Em 1629, coroaram um rei chamado Mavura. Ele se tornou cristão e acolheu comerciantes e também missionários que se dedicavam a expandir sua religião. No final do século XVII, o reino vizinho de Rozuí tomou o poder dos monomotapas.
REINO DO DAOMÉ
O que hoje denominamos de Benin, era chamado de Daomé. Daomé emergiu no século XVII, as discussões a respeito do reino, remetem que a sua fundação se deu a partir de uma disputa no seio da família real de Allada, fazendo um dos grupos se dirigir ao norte, submetendo as populações locais. (BEVILACQUA,2012)
A cidade de Abomei foi a capital do Reino do Daomé. E os palácios reais de Abomei, foram construídos pelo povo Fon entre os séculos XVII e XIX para servir de moradia dos reis, são um dos mais famosos e historicamente significativos sítios tradicionais na África Ocidental.
Fundado no século XVII pelo povo Fon e que iniciou o seu processo de expansão no século XVIII, por meio da conquista dos Reinos de Allada, Ouidah e Popó. Por volta de 1625, o reino já tinha surgido e correspondia desde sua fundação a um novo tipo de Estado.
Em virtude do tráfico de pessoas escravizadas, o Reino do Daomé desempenhou importante papel no contexto afro-atlântico, sobretudo durante o século XVIII. A esta região litorânea foi atribuída, pelos europeus, o nome de Costa dos Escravos. No início do século XVIII, o Daomé havia se tornado uma potência da região.
Configuração do Estado do Daomé
O reino do Daomé foi comparado a um pote perfurado, simbolizado pelo rei. Para que o pote perfurado pudesse conter a água, cada cidadão devia estancar um buraco com seu dedo, ou seja, devia se envolver nesse modelo de Estado absoluto. E foi com essa ideia de Estado que esse reino pôde sobreviver ao tráfico, aos ataques do Oyo (atual Nigéria) e, ao longo de sua história, dominar os Estados vizinhos. (BEVILACQUA, 2012)
No Daomé os laços sanguíneos deixaram de ser determinantes e foram substituídos pela vontade de servir ao rei.
● As disputas internas e externas que atingiram Daomé ao longo de sua existência foram determinantes para caracterizar esse reino como militarmente forte.
● O poder do reino derivava também do poderoso exército de mulheres, as Ahosi, as ‘‘amazonas do Daomé’’, as guardas do rei. No auge, as ahosi representavam um terço do exército do Daomé.
● Esse forte militarismo se deve ao fato das intensas relações advindas do tráfico de escravizados. Contraditoriamente, seu exército tornou-se dependente do tráfico de escravos, na medida em que ao fornecer escravos, o reino recebia armas de fogo como pagamento, objetos indispensáveis tanto para sua defesa, como para sua expansão territorial.
Relações Brasil e Daomé
Entre os séculos XVIII e XIX foi marcante as trocas entre o Brasil e o Reino do Daomé, sobretudo a presença brasileira na vida política, econômica e cultural do Reino. Francisco Félix de Souza, mestiço, baiano, poderoso traficante de escravizados, tornouse vice-rei, com o título de Chachá.
O porto da cidade de Ouidah foi a principal porta de saída de escravizados da África ocidental. Do porto de Ouidah saíam africanos escravizados que eram trocados, sobretudo, pelo tabaco vindo da Bahia, principal moeda de troca por escravizados ao longo da costa ocidental africana. O destino dos escravizados, em sua maioria, era o Brasil.
Fonte: Palmares.gov.br
Povo Iorubá
O termo Iorubá é designado a uma miríade de populações ligadas entre si por uma língua comum de mesmo nome, além de uma história e cultura compartilhada.
● A história recente dos iorubás é marcada pela emergência do Império de OYO no final do século XV.
● O Império de Oyo se ergueu com o apoio dos portugueses interessados no comércio local. No século XVII, a cidade de Oyo deu origem ao maior dos reinos iorubás e Ile-Ifé tornou-se uma cidade de forte significado religioso, pois, segundo a mitologia iorubá, foi o centro da criação do mundo. Oyo era controlado por um Oba(soberano), auxiliado pelos Oloyes, conselhos formados por reconhecidos líderes regionais.
● O Império de Oyo era expansionista e estava em guerra constante com seus vizinhos.
● Nas cidades iorubás, o palácio do obá ficava no centro e ao seu redor estão as habitações de seus descendentes. O reinado era hereditário.
● A herança e a sucessão seguem a linhagem paterna e os descendentes vivem juntos, partilham alguns nomes e tabus, louvam seus próprios deuses e também participam de diversas associações, como a aro, uma associação de ajuda aos trabalhadores da terra.
● Oyo participou ativamente do comércio de escravizados no século XVIII, negociando seus prisioneiros de guerra diretamente com os portugueses, que construíram um entreposto comercial na atual cidade de Lagos, na Nigéria, com o propósito de facilitar o comércio.
● No início do século XIX os iorubás sofrem com a invasão dos fulani, que empurram os iorubás para o sul, onde as cidades de Ibadan e Abeokuta são fundadas.
● A maior parte das áreas iorubá são oficialmente colonizadas pelos britânicos a partir de 1901, sob um sistema de governo indireto que imitava as estruturas tradicionais.
Fonte: Escola Britânica
CAPÍTULO 3: Questões História da África: Reinos
1- (UECE-CEV - 2018 - SEDUC-CE - Professor - História) Escreva V ou F conforme
seja verdadeiro ou falso o que se afirma nos itens abaixo sobre o comércio de pessoas
e mercadorias no continente africano.
( ) A história da África é marcada desde a antiguidade pelas relações entre tráfico de
escravos e diásporas.
( ) O comércio escravista sempre se constituiu em uma prática única e específica do
continente africano.
( ) Após a formação de Axum no século III d.C. ocorreu um incremento nos bens
comerciais com ampliação para a venda de escravos.
( ) com a consolidação do mundo muçulmano, desde o século VII d.C. tem havido
uma diminuição na correlação tráfico escravista e diáspora.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:
A) F, F, V, V.
B) V, V, F, F.
C) F, V, F, V.
D) V, F, V, F.
2- (UECE-CEV - 2018 - SEDUC-CE - Professor - História) A questão da islamização
da África e a história do Sudão possui a seguinte particularidade: o reino cristão da
Núbia resistiu às incursões muçulmanas e, apenas no século XIII, com a invasão
egípcia, o norte se converteu ao Islã. A vontade de impor a nova religião também para
o sul cristão foi uma das causas da guerra civil que ainda hoje continua. Sobre a
islamização sudanesa, é correto afirmar que se trata de um processo
A) heterogêneo e mais ligado às classes dirigentes sudanesas.
B) dinâmico e carismático que atinge todos os níveis sociais do Sudão.
C) uniforme e baseado em uma visão ortodoxa e radical.
D) sincrético, com grande difusão do sufismo adaptado às culturas locais.
3- (CESPE - 2017 - Prefeitura de São Luís - MA - Professor Nível Superior/PNS-A -
História) Acerca dos reinos africanos pré-coloniais, assinale a opção correta.
A) Os dilemas decorrentes dos achados arqueológicos das ruínas do grande
Zimbábue foram esclarecidos com a descoberta de fontes escritas que permitiram
desvendar a história desse reino e, principalmente, as razões de seu declínio.
B) Os portugueses desconsideravam as organizações africanas, por isso o uso da
força era a única estratégia de dominação dos portugueses contra os africanos.
C) A África Oriental encontrava-se ainda inexplorada no momento em que os
europeus ali chegaram, ao final do século XV.
D) O Reino do Congo, cuja economia incluía atividades rurais e um rico comércio de
tecidos, metais e animais, entrou em decadência no século XV, momento em que foi
rapidamente conquistado por Portugal.
E) A segurança experimentada ao sul do Saara durante o Império Malinês facilitou a
expansão do islã para a região. Nesse contexto, a cidade de Tombouctu tornou-se
uma importante referência de erudição muçulmana.
4- (IDECAN - 2016 - SEARH - RN - Professor de História) Entre os séculos VIII e XVII,
a África ao sul do deserto do Saara era habitada por vários povos negro‐africanos,
cada um com seu jeito próprio de ser. Alguns desses povos construíram impérios e
reinos prósperos e organizados, como o Império do Mali e o Reino do Congo. Há
poucos documentos escritos sobre o Mali; os vestígios arqueológicos (vasos, potes,
panelas, restos de alimentos e de fogueiras) também são reduzidos. Dentro do
contexto da história africana e de alguns impérios como o Mali, conferia‐se a
importância notável aos griots, que:
A) Representavam o grupo majoritário na sociedade, pois, como guerreiros,
cuidavam da segurança e das estratégias de guerra.
B) Eram os líderes religiosos, que baseados em conhecimentos ancestrais, ainda
mantêm intacta a religião de seus antepassados.
C) Eram os indivíduos que tinham o compromisso de preservar e transmitir histórias,
fatos históricos, os conhecimentos e as canções de seu povo.
D) Detinham o poder entre as mais variadas tribos por serem os únicos proprietários
de terras, responsáveis por distribuir o trabalho e a produção.
(CESPE - 2018 - SEDUC-AL - Professor - História) O esplendor dos Estados do Mali,
do Songhai, do Kanem-Bornu, e dos reinos Mossi e Dagomba, na curva do Níger,
ocorreu a partir do século XIII. O estudo das instituições no Mali e nos reinos Mossi,
por exemplo, revela a influência tradicional africana comum. O grande conquistador
Sundiata Keita derrota Sumaoro Kante (rei dos Sosoe) na famosa batalha de Kirina,
em 1.235, e funda o novo Império Manden. Fiel à tradição de seus ancestrais,
Sundiata reata relações com os comerciantes e os letrados negros e árabes ao
restabelecer o império.
Djibril Tamsir Niane. “Introdução”. In: História geral da África IV. África do século XII ao XVI.
Brasília: Unesco, 2010, p. 7-8 (com adaptações).
5- Tendo como base as informações do texto precedente a respeito da história das
sociedades e reinos africanos na região sudanesa, julgue o item subsequente. As
pesquisas sobre a história do Mali e do Songhai apoiam-se na tradição oral, pois,
diferentemente da investigação histórica sobre o Magreb, as fontes e textos escritos
em árabe têm um papel irrelevante no estudo dessas sociedades.
(CESPE - 2018 - SEDUC-AL - Professor - História) Os estudos africanos, área de
crescente interesse entre os historiadores brasileiros, têm revelado a existência de
um grande número de sociedades e culturas na África que poderiam ser estudadas
nas escolas. Além disso, há algumas décadas, pesquisadores africanos produzem
qualificadas investigações que possibilitam o reconhecimento de importantes
contribuições do passado africano para o patrimônio histórico da humanidade.
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir, a respeito do
processo de humanização e das dinâmicas na formação das sociedades africanas.
6- O aparecimento dos Estados em África ocorreu por influência das sociedades
orientais e mediterrâneas; as sociedades africanas antigas desconheciam as
organizações estatais.
7- O reino de Gana foi incorporado ao Império Mali. Uma das razões para essa
incorporação é devido ao declínio do Reino de Gana, provocado pelos conflitos
internos com os almorávidas (árabes).
8- No império africano do Mali, no século XIV, Tombuctu foi centro de um comércio
internacional onde tudo era negociado – sal, escravos, marfim etc. Havia também um
grande comércio de livros de história, medicina, astronomia e matemática, além de
grande concentração de estudantes. A importância cultural de Tombuctu pode ser
percebida por meio de um velho provérbio: “O sal vem do norte, o ouro vem do sul,
mas as palavras de Deus e os tesouros da sabedoria vêm de Tombuctu”.
ASSUMPÇÃO, J. E. África: uma história a ser reescrita. In: MACEDO, J. R.
(Org.). Desvendando a história da África. Porto Alegre: UFRGS. 2008 (adaptado).
Uma explicação para o dinamismo dessa cidade e sua importância histórica no
período mencionado era o(a)
A. isolamento geográfico do Saara ocidental.
B. exploração intensiva de recursos naturais.
C. posição relativa nas redes de circulação.
D. tráfico transatlântico de mão de obra servil.
E. competição econômica dos reinos da região.
9- (Upf 2014)- O islamismo é a religião que mais cresce no mundo contemporâneo.
Suas origens remontam ao século VII d.C. e sua expansão foi baseada na Jihad,
guerra santa contra outros povos, especialmente os cristãos. Entre os séculos VII e
VIII, foi constituído o Império Árabe-Muçulmano – que dominou a Península Arábica
–, os territórios dos atuais Irã e Iraque, todo o norte da África e a Península Ibérica
(atuais Portugal e Espanha). Nesse processo de expansão, os árabes assimilaram
muitos legados culturais de outros povos com os quais conviveram, como as tradições
da cultura clássica e oriental. Além disso, fizeram com que valores culturais da
Antiguidade Clássica chegassem ao mundo moderno. Isso foi possível porque os
árabes:
a) conseguiram profetizar os destinos da humanidade por meio dos signos do
zodíaco.
b) difundiram, por intermédio da literatura, a obra mais conhecida dos chineses, que
é Mil e uma Noites, reunião de histórias registradas entre os Séculos VIII e IX, e
lidas ainda hoje no mundo ocidental.
c) levaram para a Europa, por meio da ocupação da Península Ibérica, antigas
técnicas romanas de cultivo, habilidades de arte na representação humana e a
perspectiva linear na pintura.
d) traduziram e difundiram muitos textos, concretizando importantes realizações, a
partir do pensamento grego.
e) inventaram o papel, a pólvora, a bússola, o astrolábio, os algarismos árabes e a
álgebra.
10) (UFRGS) Assinale a alternativa correta sobre a história das diferentes sociedades
africanas até o século XVI.
a) O império Songhai, situado às margens do rio Níger, teve em sua capital Gao
um importante polo mercantil que reunia mercadores oriundos da Líbia, do
Egito e do Magreb.
b) As sociedades da África equatorial, em função das condições geográficas e
climáticas pouco propícias, eram formadas predominantemente por pastores
de animais de pequeno porte, sendo praticamente inexistente na região o
cultivo de produtos agrícolas.
c) As sociedades de origem Bantu, localizadas na região da África meridional
entre os séculos XII e XV, eram predominantemente nômades e coletoras, não
organizadas em aldeias e com escasso desenvolvimento tecnológico.
d) A África, marcada pela intensa difusão do cristianismo durante as Cruzadas,
contou, entre os século XI e XV, com reduzida presença de elementos
islâmicos na definição das variadas culturas existentes no continente.
e) O estabelecimento da colônia portuguesa em Moçambique, no século XVI,
definiu o início das rotas comerciais ligando a região oriental do continente
africano, entre Madagascar e o Chifre da África, com a Europa e a Ásia.
11- (FGV-SP) “Em muitos reinos sudaneses, sobretudo entre os reis e as elites, o
islamismo foi bem recebido e conseguiu vários adeptos, tendo chegado à região da
savana africana, provavelmente, antes do século XI, trazido pela família árabeberbere dos Kunta. (...) O islamismo possuía alguns preceitos atraentes e aceitáveis
pelas concepções religiosas africanas, (...) associava as histórias sagradas às
genealogias, acreditava na revelação divina, na existência de um criador e no destino.
(...) O escritor árabe Ibn Batuta relatou, no século XIV, que o rei do Mali, numa manhã,
comemorou a data islâmica do fim do Ramadã e, à tarde, presenciou um ritual da
religião tradicional realizado por trovadores com máscaras de aves.”
(Regiane Augusto de Mattos, História e cultura afro-brasileira. 2011)
A. a penetração do islamismo nas regiões subsaarianas mostrou-se superficial
porque atingiu poucos setores sociais, especialmente aqueles voltados aos
negócios comerciais, além de sofrer forte concorrência do cristianismo.
B. a presença do islamismo no continente africano de ri - vou da impossibilidade
dos árabes em ocupar regiões na Península Ibérica, o que os levou à invasão
de territórios subsaarianos, onde ocorreu violenta imposição religiosa.
C. o desprezo das sociedades africanas pela tradição árabe gerou transações
comerciais marcadas pela desconfiança recíproca, desprezo mudado,
posteriormente, com o abandono das religiões primitivas da África e com a
hegemonia do islamismo.
D. o comércio transaariano foi uma das portas de entrada do islamismo na África,
e essa religião, em algumas regiões do continente, ou incorporou-se às
religiões tradicionais ou facilitou uma convivência relativamente harmônica.
E. as correntes islâmicas mais moderadas, caso dos sunitas, influenciaram as
principais lideranças da África ocidental, possibilitando a formação de novas
denominações religiosas, não islâmicas, desligadas das tradições tribais
locais.
12- (Mackenzie) Leia os textos a seguir:
“De Tarkala à cidade de Gana, gastam-se três meses de marcha um deserto árido.
No país de Gana, o ouro nasce como plantas na areia, do mesmo modo que as
cenouras. É colhido ao nascer do sol”. Ibn al-Fakih. Citado em: Alberto da Costa e
Silva. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012, p.32 “[Gana] é a terra do ouro.
(...) Toda a gente do Magreb sabe, e ninguém disto discrepa, que o rei de Gana possui
em seu palácio um bloco de ouro pesando 30 arratéis (cerca de 14 kg). Esse bloco
de ouro foi criado por Deus, sem ter sido fundido ao fogo ou trabalhado por
instrumento. Foi, porém, furado de um lado ao outro, a fim de que nele pudesse ser
amarrado o cavalo do rei. É algo curioso que não se encontra em nenhum outro lugar
do mundo e que ninguém possui a não ser o rei, que disso se vangloria diante de
todos os soberanos do Sudão”. Al-Idrisi.
Citado em: Alberto da Costa e Silva. Imagens da África: da Antiguidade ao século XI
X. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.37
Os textos foram escritos por viajantes árabes ao observarem aspectos sobre o Reino
de Gana, na África, durante a Idade Média europeia. Pela análise dos excertos, é
correto afirmar que tal Reino
A. causava espanto e admiração, tanto pelo desenvolvimento econômico como pelo
poder teocrático politeísta de governante.
B. causava estranhamento em seus visitantes, tanto pela quantidade exagerada de
metais preciosos disponíveis como pelo poder autoritário do governante.
C. provocava perplexidade nos viajantes, pois não compreendiam seu desenvolvimento
em meio a um continente marcado pela inexistência de civilizações.
D. desenvolveu-se sustentado pela riqueza do ouro e pela crença monoteísta, fator que
o desqualificava perante os viajantes que ali passavam.
E. impressionava seus visitantes, tanto pela opulência trazida pelo ouro como pela sua
complexa organização política e social.
13- (FGV-SP) Leia o texto. Após os primeiros contatos particularmente violentos com
a África negra, os portugueses viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme
resistência das populações costeiras. Assim, empenharam-se, principal - mente, em
ganhar a confiança dos soberanos locais. Os reis de Portugal enviaram numerosas
missões diplo - máticas a seus homólogos da África ocidental. Assim, entre 1481 e
1495, D. João II de Portugal enviou em - baixadas ao rei do Futa, ao koi de Tombuctu
e ao mansa do Mali. Duas missões diplomáticas foram enviadas ao Mali, mostrando
a importância que o soberano português atribuía a esse país. A primeira partiu pelo
Gâmbia, a segunda partiu do forte de Elmina. O mansa que as recebeu, Mahmūd, era
filho do mansa Ule (Wule) e neto do mansa Mūsā. (...).
[Madina Ly-Tall, O declínio do Império do Mali. In Djibril Tamsir (editor), História gera
l da África, IV: África do século XII ao XVI]
A. encontrou um povo que desconhecia o uso da moeda na prática comercial.
B. descobriu tribos que não passaram pelas etapas do desenvolvimento histórico,
como o feudalismo.
C. reconheceu a presença de um Estado marcado por sólidas estruturas políticas.
D. identificou a tendência africana em refutar todas as influências externas ao
continente.
E. percebeu na África, em geral, a produção voltada apenas para as trocas ritualísticas
14- (Puc adaptado) Analise as afirmativas seguintes com relação à história do reino
africano do Mali e assinale a afirmativa INCORRETA:
A. O Mali, um dos reinos mais importantes da África, entre os séculos XIII e XV, se
localizava em uma região de intensa circulação de saberes e pessoas.
B. A origem do reino do Mali está nos povos de língua mandê, e o seu representante
político era denominado mansa.
C. O reino do Mali abarcava Tombuctu, uma cidade economicamente importante por ser
um ponto de encontro das caravanas comerciais transaarianas, que traziam diversas
mercadorias, como sal, noz de cola, ouro, especiarias e tecidos.
D. Mansa Mussa era bastante conhecido em todo o mundo árabe e até mesmo no
europeu, provavelmente por ter viajado por várias cidades importantes, quando da
sua peregrinação à Meca, e por ter expandido o islamismo com a introdução de sábios
muçulmanos nas escolas do Mali.
E. Devido a sua localização geográfica muito próxima ao deserto do Saara, o Mali esteve
em situação de isolamento, sem ser influenciado por culturas estrangeiras.
15) Na parte ocidental do Sahel africano, o Reino do Mali desenvolveu-se entre os
séculos XIII e XVI, período em que impôs sua hegemonia sobre a bacia do rio Níger.
Nas margens desse rio, as cidades de Gao, Djenne e Tombuctu tornaram-se
importantes centros mercantis e políticos do Reino. Um desses centros, Tombuctu,
tornou-se um dos principais polos de cultura do continente africano graças às vastas
bibliotecas e ao importante comércio de livros. Por essas características, acidade
transformou-se no ponto de encontro de poetas, intelectuais e artistas da e do Oriente
Médio. Mesmo após o declínio do Mali, Tombuctu permaneceu um dos principais
centros culturais da África Subsaariana.
Fonte: BRAICK, P. R.; MOTA, M. B. História: das cavernas ao terceiro milênio. 2.ed.
São Paulo: Moderna, 2010, v.2, p. 28. (adaptado)
Entre os fatores que possibilitaram a pujança desse centro econômico e cultural,
pode-se destacar
A. o incremento do comércio de escravos negros para a Ásia, Europa e América.
B. a exploração de ricas jazidas de ouro, prata e pedras preciosas.
C. o impulso ao desenvolvimento cultural estimulado pelos missionários cristãos.
D. a hegemonia política decorrente da posse de armas de fogo adquiridas dos
europeus.
E. o estreitamento dos vínculos culturais com os diversos centros do mundo
muçulmano.
Julgue os Itens a seguir, certo ou errado.
16- O Império Songhai foi profundamente original quanto à organização política e
administrativa. A forte estruturação do poder, a centralização sistemática e o
absolutismo real são algumas de suas principais características.
17- A monarquia de Gao fundava-se nos valores islâmicos e consuetudinários.
Segundo os antigos costumes sudaneses e songhai, o toi (rei) era o pai do povo,
dotado de poderes semissagrados, fonte de fecundidade e prosperidade.
18- (IFRN) Na África Tradicional – nome que se dá ao período da história africana que
antecede a Revolução Industrial – a solução dos conflitos de terra apresentavam
particularidades. Segundo um escritor que nasceu e viveu no Mali, [...] todo africano
tem um pouco de genealogista e é capaz de remontar a um passado distante em sua
própria linhagem. Do contrário, estaria como que privado de sua “carteira de
identidade”. No antigo Mali, não havia quem não conhecesse pelo menos 10 ou 12
gerações de antepassados. [...] A genealogia é, desse modo, ao mesmo tempo
sentimento de identidade, meio de exaltar a glória da família e recurso em caso de
litígio. Um conflito por um pedaço de terra, por exemplo, poderia ser resolvido por um
genealogista, que indicaria qual ancestral havia limpado e cultivado a terra, para quem
a havia dado, sob que condições, etc.
Fonte: BÂ, A. Hampaté. A tradição viva. In: KI-ZERBO, J. (ed.). História Geral da
África, I: Metodologia e Pré-História da África. Brasília: UNESCO, 2010, p. 203-204.
Conhecedor da história africana e interessado em estudar com seus alunos a posse
da terra na África Tradicional, um professor explorou esse fragmento textual e
demonstrou que, nessa sociedade, a posse da terra era legitimada
A) pelos laços familiares mantidos com as antigas dinastias.
B) pela tradição hereditária familiar, que ignorava os documentos escritos.
C) pela identificação étnica reivindicada com os ancestrais.
D) pelo modelo familiar patrilinear, que regularizava as sucessões.
A respeito da história da África entre os séculos V e XV, julgue o item subsequente.
19) (CESPE) As transformações pelas quais as sociedades africanas passaram até o
século XV levaram à universalização do Estado-nação como norma de organização
política dos africanos.
20) (CESPE) Com a expansão do islamismo pelo norte da África no século VIII, as
comunidades coptas ficaram relativamente isoladas do restante da cristandade.
21) (CESPE) Na África Oriental, os reinos africanos não islamizados dominaram a
navegação no Oceano Índico e patrocinaram expedições que chegaram à China e ao
Japão no século XV.
22) (CESPE) Ainda que os descobrimentos dos séculos XV e XVI tenham posto em
contato povos de diferentes continentes, o que possibilitou não apenas trocas
mercantis, mas também culturais e microbianas, é fato que nos séculos anteriores
também houve trocas entre africanos e europeus. Acerca desse assunto, julgue o
seguinte item.
Ao longo de mais de quinhentos anos, houve reinos islâmicos na Península Ibérica
que se relacionaram comercial, cultural e diplomaticamente com os reinos do norte
da África e com reinos europeus.
23) Ainda que os descobrimentos dos séculos XV e XVI tenham posto em contato
povos de diferentes continentes, o que possibilitou não apenas trocas mercantis, mas
também culturais e microbianas, é fato que nos séculos anteriores também houve
trocas entre africanos e europeus. Acerca desse assunto, julgue o seguinte item.
O comércio transaariano permitia que mercadorias europeias chegassem a
sociedades africanas, como as do Golfo da Guiné, e que mercadorias africanas
chegassem ao sul da Europa.
GABARITO:
1- D
2- A
3- E
4- C
5- E
6- E
7- C
8- C
9- D
10-A
11-D
12-E
13-C
14-E
15- E
16- Certo.
17-Certo.
18-B.
19- Errado.
20- Certo.
21-Errado.
22- Certo.
23-Certo.